Dos feitos de andar na vida
Tive um que foi festeiro...
Quando uma tarde de março
Ofertou-me um grande
abraço
De um certo Índio Rivero
Tinha a pureza do tempo
O olhar sofrido em ressabio
E nesta tarde de março
Eu conheci num abraço
A voz perfeita de um sábio
Eu tinha mulas pra andar
Ele, uma vida de lombos.
Falou em voz firme e calma
Dos seus feitiços de alma
Das suas glórias e tombos
E vi na pele morena
Colorada en cunumy
Que a vida é índia e despreza
Nos novos cultos e rezas
De peles antes daqui.
Vi que o gaúcho em Riivero
De couro mais que carnal
É uma semente que anda
Cicatrizada comanda
Calma de tempo irreal...
Foi numa tarde de abril
Lá no fortim do Minuano
Que num bagual negro escuro
Eu percebi que ainda juro
Vi que o Rivero era o tempo
Em voz perfeita ao relento...
E poucos viram sua face!
Aonde o campo renasce
Bem mais que em tempo sem vento.
Dos feitos de andar na vida
Tive um que foi festeiro:
Quando uma tarde de abrigo
Ofertou-me um grande
amigo
Um certo Índio Rivero.