Foto Diego Goulart Muller
Há muito não me manifestava neste espaço que criei para realmente
escrever o que o palco não me dá tempo de falar.
Muito aconteceu entre a última postagem. Planos e passos
diferenciam a caminhada e a administração da vida.
Somos feitos de indagações e justamente as respostas podem ser
destrutivas... ou, alimento dos sonhos.
Era urgente a necessidade de informar-me mais a fundo sobre a
situação agropecuária no Sul do Brasil e seus efeitos diretos na cultura local.
Identifiquei-me nessa caminhada de estudos, que não pretendo mais
parar, mais naturalista que o tajã no
banhado!!! E tão encorajado quanto Sepé nas atropeladas do Caiboaté.
A degradação da cultura da terra e de seus filhos produtores de
espécies “adequadas ao meio” é voraz, sorrateira e implacável. Seremos devorados em breve pelo descontrole do
homem comercial, manipulado pelo consumismo GLOBALIZADO E EVIDENTE.
Nosso tempo não terá mais tempo.
O simples não existirá dando lugar ao simplório produto imediato e de
difícil decomposição. Teremos que plantar o que tínhamos de graça.
TEREMOS QUE REZAR POR ÁGUA DANDO MÃOS E BOCA AOS CÉUS.
A riqueza plantada pela mão de Deus está sendo dessecada pelas mãos
dos filhos de Deus. Uma espécie de traição familiar inconsciente.
Tenho muitos amigos pecuaristas de variadas histórias na origem e
atual situação de luta. Vulneráveis, porém, aguerridos trabalhadores... sobre o mesmo cavalo da gestão tradicional dos avós
e tetravós. E alguns, mais visionários, perseguidores
do conhecimento, para reforçarem a munição nessa luta contra o desconhecido,
forte e, às vezes, invisível inimigo.
Sem nenhum motivo para postar-me ético nesse espaço de andante
soldado do CAMPO E CANTO NATIVO.
Escrevo meu alerta:
Tendo o luxo por sinuelo o homem desseca a terra
Perdeu o rumo da guerra... planta pro hoje ter sobra
Não vê nem crê na manobra que pra ter paz e ter luxo
Desseca o sangue gaúcho e um dia o tempo lhe cobra.
Tendo os cofres por sinuelo, o que não vejo ser mal
Desseca o sangue ancestral que há muito aflora sem guerra
A ambição do homem erra e um dia o neto com fome
Vai entender que seu nome matou o sangue da Terra.
E aqui estás filho dos ventos sem direito a renascer
Sem pendão pra florescer numa NAÇÂO GANADEIRA
Que se vende por inteira e deixa semear a guerra
No valor maior da terra que é luz, é vida e bandeira.
Então floresces no bolso que transborda o que tem sobra
Cruzeira mansa que é cobra e seu veneno quer luxo
Desseca todo o debuxo: sorro, ganância e essência
Matando a paz da querência VALOR MAIOR DO GAÚCHO.
Plantem no más companheiros... eu me apeio e desencilho
Mas vou deixar pros meus filhos sentido de não ser corja
De Sorocaba a São Borja mulas e bois adubaram
Valores que não vingaram nos campos sujos de SOJA.
Mais naturalista que o tajã
no banhado!!! E tão encorajado quanto Sepé nas atropeladas do Caiboaté.