quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A l e r t a

         Foto Diego Goulart Muller


Há muito não me manifestava neste espaço que criei para realmente escrever o que o palco não me dá tempo de falar.

Muito aconteceu entre a última postagem. Planos e passos diferenciam a caminhada e a administração da vida.

Somos feitos de indagações e justamente as respostas podem ser destrutivas... ou, alimento dos sonhos.

Era urgente a necessidade de informar-me mais a fundo sobre a situação agropecuária no Sul do Brasil e seus efeitos diretos na cultura local.

Identifiquei-me nessa caminhada de estudos, que não pretendo mais parar,  mais naturalista que o tajã no banhado!!! E tão encorajado quanto Sepé nas atropeladas do Caiboaté.

A degradação da cultura da terra e de seus filhos produtores de espécies “adequadas ao meio” é voraz, sorrateira e implacável.  Seremos devorados em breve pelo descontrole do homem comercial, manipulado pelo consumismo GLOBALIZADO E EVIDENTE.

Nosso tempo não terá mais tempo.  O simples não existirá dando lugar ao simplório produto imediato e de difícil decomposição. Teremos que plantar o que tínhamos de graça.

TEREMOS QUE REZAR POR ÁGUA DANDO MÃOS E BOCA AOS CÉUS.

A riqueza plantada pela mão de Deus está sendo dessecada pelas mãos dos filhos de Deus. Uma espécie de traição familiar inconsciente.

Tenho muitos amigos pecuaristas de variadas histórias na origem e atual situação de luta. Vulneráveis, porém, aguerridos trabalhadores... sobre  o mesmo cavalo da gestão tradicional dos avós e tetravós.  E alguns, mais visionários, perseguidores do conhecimento, para reforçarem a munição nessa luta contra o desconhecido, forte e, às vezes, invisível inimigo.

Sem nenhum motivo para postar-me ético nesse espaço de andante soldado do CAMPO E CANTO NATIVO.

Escrevo meu alerta:


Tendo o luxo por sinuelo o homem desseca a terra
Perdeu o rumo da guerra... planta pro hoje ter sobra
Não vê nem crê na manobra que pra ter paz e ter luxo
Desseca o sangue gaúcho e um dia o tempo lhe cobra.

Tendo os cofres por sinuelo, o que não vejo ser mal
Desseca o sangue ancestral que há muito aflora sem guerra
A ambição do homem erra e um dia o neto com fome
Vai entender que seu nome matou o sangue da Terra.

E aqui estás filho dos ventos sem direito a renascer
Sem pendão pra florescer numa NAÇÂO GANADEIRA
Que se vende por inteira e deixa semear a guerra
No valor maior da terra que é luz, é vida e bandeira.

Então floresces no bolso que transborda o que tem sobra
Cruzeira mansa que é cobra e seu veneno quer luxo
Desseca todo o debuxo:  sorro, ganância e essência
Matando a paz da querência VALOR MAIOR DO GAÚCHO.

Plantem no más companheiros... eu me apeio e desencilho
Mas vou deixar pros meus filhos sentido de não ser corja
De Sorocaba a São Borja mulas e bois adubaram
Valores que não vingaram nos campos sujos de SOJA.


 Mais naturalista que o tajã no banhado!!! E tão encorajado quanto Sepé nas atropeladas do Caiboaté.