quinta-feira, 14 de agosto de 2014

E pra entenderem meu canto


                                  foto extraída do site http://www.islamocha.cl/birdwatching/


E pra entenderem meu canto
neste país muito antigo
hei de cantar e prossigo
o rumo de outro “zorzal”
é o Brasil com voz rural
que evidencio e acredito
por isso Meu Tempo Escrito
faz ronda na Capital

Aos bravos da Rádio sul
meu obrigado e respeito
por me darem o direito
de retornar ao SARAU
se o Brasil de voz rural
me acredita soldado
eu vou marchar bem pilchado
sobre o meu Canto Ancestral.

E hão de entender mais meu canto
neste país em perigo
pois só o valor do antigo
perpetua o mundo novo
eu juro e então me comovo
verseador Á Moda Antiga
verso afiado, limpa a briga
e inflama a alma do povo

Para aqueles que me escutam
e creem nas minhas verdades,
que olhem bem pra cidade
com luzes, fios e concreto
e pensem no analfabeto
sem teto, voz, nem jornal
espelho do homem rural
parido no campo aberto.

Quando  a cidade não vê
o campo morre no escuro
celulares, sonhos, juros
banalidades mesquinhas
curtidas nas ladainhas
compartilhadas por farra
não mais o amor das guitarras
nos ranchos de tardezinha

Olho no olho do irmão
e o peito a peito no abraço
cimbram almas no compasso
da humanidade que canta
quem não escuta levanta
quem não vê perde o destino
cego do próprio “camino”
surdo da própria garganta.

Matem a cede dos olhos,
perdoem os menos cultos
bebam menos dos insultos
da regressão do universo
o espiritual é o progresso
saber de si é o caminho
a mesma flor que da espinho
da alma e sonho ao bom verso.

Por  isso então me pergunto
se há mesmo em quem confiar?
É doente a aura do olhar,
terminal o brio do amigo
não sei se conto comigo
quanto mais com quem promete
confiar é estar num brete
sempre a mercê do perigo.

E pra entenderem meu verso
neste Rio Grande na mira
hei de avaliar a mentira
em fotos, textos e sons
na harmonia dos bons
que enxergo, vejo e respiro
saio da mira do tiro
munício a arma dos sons.

Eu vou confiar no instinto
De vaqueano das picadas
Pois já fui da cerrilhada
Aos gelos da cordilheira
Cantar? Cantar é a minha maneira
De fazer campanha eterna
Calos, mãos, força na perna
E campo pra vida inteira

Quando  a cidade não vê
o campo morre no escuro
celulares, sonhos, juros
banalidades mesquinhas
curtidas nas ladainhas
compartilhadas por farra
não mais o amor das guitarras
nos ranchos de tardezinha.








sexta-feira, 1 de agosto de 2014

R E C O M E Ç O

Foi necessário o sacrifício pelo couro
que abriga e entrega a própria força eu reconheço
da proteína mãe vermelha o homem vive
quem cuida o campo esculpe o próprio recomeço.

                                                 foto Luan Marcell

Quando começamos a valer perante nossa consciência, e domamos nossos ímpetos físicos, respeitando o mundo ao redor, passamos a amar o que Deus criou para atender pelo nosso nome.

Renascer de mim... no interior de mim. Encontrar a fé no esforço físico, mental e emocional do dia-a-dia.
Não há nada melhor que agradecer os tantos tropeços que me ensinaram, ensinam e ensinarão a olhar para o chão e, levantar sem drama.  
O barro seca e cai na poeira dos joelhos, pois necessitam caminhar os que levantam e necessitam levantar os que caminham.

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Trouxe meus pais para morarem comigo nesta nova vida, estão vivos nas minhas orações a campo fora e em cada mate desta solidão curativa. Quando ato a boca de um aluno que relincha, aprendo e envelheço o eco do meu canto domador.

No livro dos elevados espíritos, a mensagem necessária e urgente que me evangeliza o amanhecer e me põe para dormir no sono da saúde.

Senhor que perdoa as minhas ofensas, eu já não percebo quem me tenha ofendido. Mantenha-me cego às minhas tentações, livrando-me, a cada minuto, do mal que me ronda.

Aos que eu escuto, benzas com ensinamentos que eu levarei aos que me ouvem.  Aos que me escutam, que eu esteja sensato e firme em palavras e exemplos para evoluir multiplicando.

Que os teus filhos que me amaram recuperem a vontade de confiar quando eu for merecedor da tua vontade e, oportunizes um sadio recomeço.
Que meus filhos de sangue e afilhados de tempo estejam filtrando o de melhor em meu sorriso, o que há de positivo em minha conduta... e eu tenha o que mereço e seja o que aprendi e elaborei para o hoje.

Nesta terra missioneira, o recomeço do teu filho que planejamos renascer: ronda o gado educando bons cavalos, respeita as chuvas e se benze em tuas laranjas amarelas de amanhã... bebe água na palma de tuas mãos de pedra doce e, avermelha-se do chão que tu chorou.

Quando começamos a valer perante nossa consciência, o Cristo ri do seu irmão que se levanta.


Recomeço

Foi necessário renascer da terra em flora
pois já foi fauna a coronilha que adormeço...
foi necessário renascer do canto antigo
e desenhar-me no carvão do recomeço.

Apelidaram Deus do campo e muitos nomes
e eu volto em arte relicário assim mereço
vou me esculpir da coronilha irmã da terra
pagar a guerra em voluntário recomeço.

Renascer em mim...

Foi necessário o sacrifício pelo couro
que abriga e entrega a própria força eu reconheço
da proteína mãe vermelha o homem vive
quem cuida o campo esculpe o próprio recomeço.

Se pela arte, onde evocara-me, ressurjo
da terra em fauna e flora a voz – sim – amanheço
desenho a imagem de esculpir-me do silêncio
num Memorial... Terra que Canta em RECOMEÇO.


Renascer em mim...
                                  no interior de mim...
                                        
                                             reler a fé de onde vim.


Quando começamos a valer perante nossa consciência,
 e domamos nossos ímpetos físicos,
 respeitando o mundo ao redor,
passamos a amar o que Deus criou
para atender pelo nosso nome.






       foto Gabriel Amaral
31 de julho de 2014


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