segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Meus Cavalos em Grafite


             Quando no ano de 2013 fui cantar em Alegrete, fui apresentado ao paranaense José Hugo Camargo, identificava um rápido desenhista inspirado nos movimentos dos criatórios de cavalos crioulos. 

Desde lá, até aqui, e sem medo da afirmação: “eternamente” identifico um amigo. Sua humildade, percepção e criatividade gauchesca o fazem eterno quando se esvai na poética do grafite.

Um dia me enviou a primeira imagem de um dos cavalos personagens de minhas músicas. Carimbava-se ali a minha lenta percepção de que pessoas são bem mais do que vemos no primeiro encontro.

Vamos estar juntos em Esteio. Eu, na pretensão de desenhar na voz os cavalos do “Rabisco” seu apelido para os mais chegados,  ele a cantar com o lápis os cavalos do Amaral.

Obrigado irmão te vejo em Esteio 29 de agosto de 2015 - 


 A Exposição Meus Cavalos em Grafite




29 de Agosto à partir das 11 horas 
Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio
Restaurante do Núcleo da 6ª. Região
ás 21 horas - Exposição musical - Lisandro Amaral e Grupo Curandeiro Silêncio

Participação especial de Raul Sartor Filho - Artesania Crioula    
          



Os dedos da alma materializando sonhos de prata e ouro.
 Onde o Raul vê poesia,  mortais enxergam só couro, ouro e prata.


  

Meus Cavalos em Grafite

                    

               por José Hugo Camargo



La Madrina Gargantilla
Pra Luzir Nas Serenatas


E Este Baio Um Bronze Antigo Pechador
Tinha Nome de Tenente
Há Muito Espera Escarvando

Desencarna Um Parilheiro
                                                          Patrão Aproveito Esta Leva

Reserve o seu pelo email josehugo.camargo@hotmail.com

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Diamante



Quantos pingos pela rédea e redomões no cabresto...
quantos goles com pretexto de engolir lua  e estrada...
um dia, na madrugada, te encontrei  alvorotado
dei um abraço apertado e não falastes mais nada.

Amigo eu te perdoo, se é que tenho esse direito...
o golpe que deste ao peito dos que te amam é duro!
E eu, que também me procuro, compreendo e não aceito
o soco é nó junto ao peito... seguimos todos no escuro.

Calou a espora do ginete Dilmar Soares,
vento nos ares de um silêncio congelado...
no descampado vaga um tigre sem costeio
dorme um arreio no triste galpão nublado.

Nascem perguntas... morrem todas junto a ti
que muito eu vi num conflito caminhante
do diamante bruto e pouco lapidado
vai um soldado cego e surdo e sim DIAMANTE.

Que os anjos sábios te recolham ensinando...
que aqui - vagando - é que o homem se refaz
a terra traz o que o céu somente ensina
quem determina é o livre - arbítrio em reza e paz.

Vai ao encontro prematuro dos que ensinam
e determinam a justiça em luz contida
busca a guarida o homem rude-  em si - perdido
mais dolorido pelo nó que atou na vida.

Quantos pingos pela rédea e redomões no cabresto...
quantos goles com pretexto de engolir lua  e estrada...

Um dia na madrugada te encontrei  alvorotado
Te dei conselho abraçado e não falastes mais nada.









sexta-feira, 12 de junho de 2015

Não há razão para cifras $$$ no dia dos namorados








Aos que planejam a dois...
O mundo multiplicado
Percebam na paz das almas
O amor elo sagrado...
Presenteiem com silêncio
O que há de ser gritado...
Não há razão para cifras $$$
No dia dos namorados.

Eu aceito estar comigo
Pé torto pro meu calçado...
Amo a Deus mais que a mim mesmo
Depois me entendo ajustado
Nos meus piores defeitos
Um mistério - elo sagrado -
Troquei alianças com a vida
E hoje estou enamorado.


Não há razão para cifras $$$
No dia dos namorados.


quarta-feira, 8 de abril de 2015

A Escritura dos Pés


                                                          imagem autor desconhecido

Um dia me perguntei quem eu era e onde vou?
Respondeu-me o infinito que nascendo ainda estou.
Outro dia perguntei pra onde irei após ser?
Responderam-me os que sabem que é tempo de renascer.

E eu segui perguntando por inseguro de mim
De onde viemos... quem somos??? Qual será o nosso fim?
Uma voz sem voz me disse: preste atenção no que chora
E verás que és bem maior que a morte que em ti demora.

São perguntas e respostas que nos preenchem o nada
De que vale o além vida se ainda estamos na estrada?
Imaturos peregrinos... na ansiedade do saber
De onde viemos, pra onde vamos... nada vale sem viver.

Não pense nada de mim, não interessa quem sou.
E sim que passei sorrindo onde tu também passou
De nada vale saber pra onde vais nem quem és

Se apenas frias pegadas escreveram os teus pés.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Uma vez morri de fome Outra vez vivi de amor...

                                                                                     imagem autor desconhecido


Numa das publicações mais importantes entre tantas vindas do amigo Flavio Bitencourt Oliveira, ele nos diz que:  A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo. É pela educação que as gerações se transformam e aperfeiçoam.
Para uma sociedade nova é necessário homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.
                   Eduquemos nosso filho, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores.  (F.B.O. janeiro de 2015)



        Extrai de minhas divagações que apelido de  Pingos de Madrugada, o reflexo deste texto na mente em processo de encontro com o equilíbrio que chamamos maturidade. Divido aqui sem pretensões maiores que dar meu depoimento pessoal. 

Arremato com versos que farão parte do livro infanto-juvenil.


Com carinho boa leitura.



E quando fomos crianças? O que nos falta para adultos? A maturidade é uma carta que se compra dia-a-dia no baralho da vivência e nos ambientes hostis e agradáveis do convívio social. Por que erramos tanto ao querermos manter por perto pessoas que identificamos passageiras, MAS queríamos  PARA A VIDA TODA. (Quanto tempo tem a vida?)
Onde está o seu relógio?

Imaturidade é o tema. Qual a lição que nos dará a resposta exata? Onde está a saída de um labirinto chamado PERDA?    Que sabor tem a vitória?  Como pode ser premiada a paciência, se somos analfabetos emocionais e mentimos a felicidade neste jornal diário que jogamos na área de lazer dos “amigos” on/ofline

Há uma rede configurando a social fantasia do mundo em frente a tela... pra onde vou, com quem fui... o que visto, o que como e de que maneira o mundo me faz bem...?

Maturidade seja bem vinda... eu te procuro e com a maior paciência do mundo.  Não demore.
(Quanto tempo tem a vida? Onde está o seu relógio?)   

Não importa.                    Educar-se é aceitar que somos cartas marcadas no baralho sem naipes do Criador.


Aceita-te imaturo e de joelhos...  aprenda a caminhar, perder, buscar, cair, sorrir, chorar... vencer... CANTAR!!!

E infinitamente não tenha vergonha de amar e primitivamente desconhecer o real valor da frase. AMA O AMOR

Eu sou a fada da vida
Moro no mato do amor
Uma vez morri de fome
Outra vez senti calor...
Suei no sonho das almas
E enxuguei prantos de adeus
Por ser dos anjos que lutam
Permitiram-me ver Deus.

Ele estava em doce prece
Abriu as asas de luz
Seu filho ao lado sorria
Já sem as marcas da cruz
Não disse eu um bom dia
Vi que falar não carece
Quando se entende que a vida
É ter o que se merece.

Saí de lá compreendendo
Bem mais que quando cheguei
Vi que o mundo é bem maior
Nos cuida aos moldes de rei
Um exemplar soberano
Paciência e luz que sonhei

Já que por fada me enviam
Aos olhos dos filhos terra
Vou buscar conhecimento
Que amenizem as guerras.
Os conflitos interiores
Que temos são pura luz
Contidas no insano impuro
Que a redenção nos conduz

Por fim quais filhos de Deus
Compreenderemos Jesus
E nem mais perceberemos
Os sinais duros da cruz.


Eu sou a fada da vida
Moro no mato calor
Uma vez morri de fome
Outra vez vivi de amor...


sábado, 7 de fevereiro de 2015

A fada da minha infância

                                                                    imagem recolhida (autor desconhecido)

Uma vez numa picada,
Demorei a descobrir
Qual rumo levava ao sonho
Que caminho devo ir?

Então conheci uma fada
Seu nome ainda é segredo
Me curou da solidão
Me ensinou a não ter medo

Disse que vinha do mato
Onde os homens não vigoram
Fadas do mato são luzes
Homens do mal só devoram

Descobri o rumo do sonho:
Ser criança imaginária...
Ensinar quem anda triste
A te encontrar luminária.

Tu me disse que sou triste
Como posso ser feliz?
Se andei perdido no mundo
E tu me plantou raiz.

Quando conheci  por fada
Me ensinaste a não ter medo
 Hoje adulto te procuro
Cheio de velhos segredos

Muitos deles só tu sabes
Pois eu te contei rezando
Fada do mato me cura
Te peço agora cantando

Me ensinaste a andar sozinho
Me pegando pela mão
E eu senti que tinha asas
Pra fora do coração

Eu queria ser duende
Escondido em tuas preces
Oferecer minhas curas
Para aqueles que merecem

Mas por muito primitivo
Preciso ainda viver
Somar pontos, ser bondoso...
Há trabalho pra fazer.

Sou eu quem escorre a tinta
De tua linda biografia
Fada do mato de noite

Curandeira todo o dia.

sábado, 31 de janeiro de 2015

No Meu Reino Pobre

                                                  (Florêncio Molina Campos)

No Meu Reino Pobre


Aos ranchos claros deste mundo escuro
Acendo velas no lampião da alma
E pinto um quadro pra imitar Molina
Deus ilumina quem caminha em calma

Andei bem mais que o que podia andar
E vi meus ventos desarmarem planos
Mudei cavalo e recompus os sonhos...
Andar tristonho não melhora os anos.

Juntei avios e enfeitei morada
Com pilchas pobres deste rico andar
E espero a estrela que me encanta o sonho
- Andar tristonho nunca foi sonhar -

Varri meu rancho e enxagüei a cuia
Que o Telmo Freitas me ensinou valseando
Pintei paredes e enfrenei defeitos
Que o imperfeito se corrige andando

Do início ao fim temos recomeço
E eu desconheço quem não muda a face!
Pintamos quadros enfeitando a sina,
Igual Molina, quem pintar renasce.

Então com tinta de branquear paredes
Matei a sede de mudar morada
E vim no rumo de cantar senhores
Entre os cantores que me oferta a estrada

O rancho é simples, tem lagoa perto
Em mil figueiras pra sombrear cavalos
Que estão comigo mastigando sonhos
Jamais tristonho eu irei cantá-los

Quando chegares estará varrida
A minha vida e os silêncios nobres
As pilchas limpas terão mais sentido
Por haver nascido no meu Reino Pobre.