(Florêncio Molina Campos)
No Meu
Reino Pobre
Aos ranchos claros deste mundo escuro
Acendo velas no lampião da alma
E pinto um quadro pra imitar Molina
Deus ilumina quem caminha em calma
Andei bem mais que o que podia andar
E vi meus ventos desarmarem planos
Mudei cavalo e recompus os sonhos...
Andar tristonho não melhora os anos.
Juntei avios e enfeitei morada
Com pilchas pobres deste rico andar
E espero a estrela que me encanta o sonho
- Andar tristonho nunca foi sonhar -
Varri meu rancho e enxagüei a cuia
Que o Telmo Freitas me ensinou valseando
Pintei paredes e enfrenei defeitos
Que o imperfeito se corrige andando
Do início ao fim temos recomeço
E eu desconheço quem não muda a face!
Pintamos quadros enfeitando a sina,
Igual Molina, quem pintar renasce.
Então com tinta de branquear paredes
Matei a sede de mudar morada
E vim no rumo de cantar senhores
Entre os cantores que me oferta a estrada
O rancho é simples, tem lagoa perto
Em mil figueiras pra sombrear cavalos
Que estão comigo mastigando sonhos
Jamais tristonho eu irei cantá-los
Quando chegares estará varrida
A minha vida e os silêncios nobres
As pilchas limpas terão mais sentido
Por haver nascido no meu Reino Pobre.