foto L. Amaral
Está de volta o
andante
Das canções
inacabadas
Da poética orvalhada
Que pinga do
tirador,
Das barrigueira ao
fiador
“piguelos” em
serenata
Não teve pilchas de
prata
E preferiu ser
cantor
E está mais forte o
soldado
Com baioneta palavra
Quem nasceu pra sina
escrava
Vai se ajoelhar pro “coimero”
O meu tino de
ponteiro
Grita se é hora de
grito
Mas, quando pensa ao
tranquito
Tem mais valor o
tropeiro.
Nasci pra o mimo
materno
E desmamei
matrereando
Depois de andar
escutando
Cantores deste lugar
Eu preferi pelechar,
Escondido entre a
macega.
Campo que tem
pega-pega
Deve ter som pra
escutar.
Sempre pensei muy
pequeno...
Se tenho sombra,
sesteio.
Na água limpa me
apeio
E onde hay bagual
recarrego.
Que tenho vícios? Não
nego.
Energias que
alimentam
E os cantos suaves
que ventam
Transformo em verso
e entrego.
Está de volta o
andante
Curandeiro de si
mesmo
O jujo bom é o
torresmo
Queimado na campereada
E se a palavra anda
afiada
O corte cura ao
tranquito
Quem tem medo do meu
grito
Vai cabrestear na
tropeada
Das histórias dos
avós
Guardei as mãos
calejadas,
O cafuné nas sesteadas
Antes de ser dos
caminhos
O sangue pinga de
espinhos
Nas chagas de domador
E se eu nasci pra
cantor
Por ser da estrada
caminho.
E assim me fiz
cancioneiro
Do verso do campo
afora
Quando meu povo
ainda chora
A mutação pastoril
Acorda sentindo frio
E dorme com sede e
fome
Pra alimentar
sobrenomes
Que te anarquizam Brasil
Se vou morrer de
saudade
Que parta
cantando gente
Regando a velha
semente
Que assim germina garganta
No pasto que se
levanta
Na alma de outro
guri
Valerá nascer aqui
Memorial Terra que
Canta.
25 dez. 16
A melodia está na página do facebook
Está de volta o andante
ResponderExcluirCurandeiro de si mesmo...
outros guris germinam..lindos e fortes dentro de ti!
Linda a Milonga!
Um beijo na palma da mão com carinho, admiração e respeito!
Buenacho d+, um abraço Lisandro, um dos poucos que ainda conserva o cerne do Rio Grande no que canta e faz.
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