Milonga de Tempo e Vento
Transportei-me ao tempo largo
dos tribais e tolderias
Poder que tem a poesia
De ir onde a alma implora,
Alma que vem e que chora
- Com saudade do seu tempo -
É a mesma alma do vento
Que nunca sabe onde mora...
Desencilhar - tempo novo-
É acordar primavera,
Ressuscitar as taperas
Quinchadas pela existência...
É despertar muita ausência
E andar sovando badana
Numa milonga pampeana
- Saber a voz da querência -
Vejo a luz da minha estrada
Refletir na estrela antiga
Do meu picaço que abriga
Florão de lua na fronte
E sabe dos meus repontes
Por andar há muito tempo
Seguindo o rumo do vento
Que sopra os meus horizontes
E aqui estou - tempo velho -
Cruzando o portal da vida....
Quem sonha buscar guarida
Sabe os motivos que imploro,
Sabe dos versos que choro
Com saudade do meu tempo
Por ter a alma do vento
Também não sei onde moro...
Porém eu sei dos andantes,
Suas almas e seus medos,
Das lágrimas e segredos
Que habitam as madrugadas
Porque a vida é uma estrada,
Passo-a-passo pelo vento,
Onde só a mão do tempo
Sabe o fim da caminhada...
6 de outubro de 2000
Nada é por acaso meu hermano amado!!
ResponderExcluirQue o tempo e o vento te traga muita alegria,sucesso e realizações.E não esquece,nada é por acaso,tudo está escrito.
ResponderExcluiressa musica aí...não teria como "continuação" a do Picaço Oveiro? me pareceu que sim porque no Picaço Oveiro parece que o sujeito conheceu que aquele cavalo foi dele na "outra passada".
ResponderExcluiré ou não?
Uma das tantas músicas da tua autoria que marcou e me ensinou a absorver a singeleza dos versos.. muito sucesso por essa trajetória. Abraço Lisandro
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