Attila Siqueira
De uma semente de lua nasce o cantar de um tropeiro
que acende olhos noturnos para enxergar alma a dentro...
no céu escrito entre amores, na poesia dos ventos
e em toda a vida na estrada com seus presságios de tempo.
Apeio e componho as garras olhando a tropa que sente
porque meu canto de ronda tem um mistério inconsciente,
que aperto junto da cincha - olhar de lua em semente -
e vejo que o campo é Deus rondando a alma da gente!
Canto - semente de lua - pedindo luz pra viver...
...sorriso livre - entre a noite - que espera o sol pra morrer...
canto de paz maternal - no olhar da lua redonda -
bebendo alma e sereno, benzendo àquele que ronda ...
Talvez o próprio silêncio
respire junto ao meu mouro?
Que adormeceu sob as garras
suas virtudes de touro...
talvez entenda - sonhando -
porque a semente de lua,
que bebe a voz do sereno,
germina um canto charrua?
depois se funde ao orvalho
e sobre a tropa flutua...
...............................................
Escute a voz escondida
que mora além da paisagem,
perceba, além desta imagem
que te oferece o silêncio!
Onde respira o que penso
a noite passeia nua
e sobre o campo flutua
na poesia dos ventos
pra germinar - alma a dentro -
uma semente de lua...
Talvez o próprio silêncio
respire junto ao meu mouro?
Escute a voz escondida
que mora além da paisagem,
perceba, além desta imagem
que te oferece o silêncio!
18 de Agosto de 2004
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