Maravilhosa a sensação de encontrar... Essa de perceber que as pessoas estão todas bem próximas e num determinado momento, promovido pelo destino, somos colocados frente a frente. O abraço finalmente chega, a troca de emoções e absorção da mesma afloram no convívio de algumas horas ou de minutos apenas.
Estive na Charqueada Santa Rita (Pelotas-RS), talvez por coincidência, a santa que minha mãe devotou e que veio a complementar o nome da minha pequena Maria Rita, companheira importantíssima nessa passagem por lá onde emocionalmente estive acompanhando e participando do trabalho de gravações do Cd e DVD do amigo Joca Martins.
Posso chamá-lo confortavelmente de amigo, pois a vida nos proporcionou um encontro antigo e um reencontro próximo, regado pela maravilhosa sensação que motiva este texto.
Exatamente neste momento em que digito, o fundo musical é O Sábio Do Mate, poema de Rodrigo Bauer, poeticamente musicado por Joca. A sensação indescritível que essa música causou em todos durante sua captação, com arranjos de seu irmão João Marcos “negrinho” e suavemente nos dedos de Celau Moreira (violão Celo), nos confirma a posição da música na alma da vestimenta material.
Maria Rita e eu adormecemos, enquanto Joca e Juliana Spanevello, de forma lírica, colocavam as vozes na madrugada que os adornava, feito um complemento de romance que revitalizou ainda mais a charqueada, porque o amor também faz parte de sua restauração e conservação.
A charqueada Santa Rita e sua força histórica: dores escravas e suores que regaram junto às lágrimas misturando-se à sangria dos animais que doaram a carne para o alimento, e anônimos, estenderam-se nos varais da memória para que o Rio Grande do Sul erguesse seu patrimônio social em matéria ou lembrança.
Provavelmente é esse o principal motivo do reencontro entre nós, músicos ou não, neste ambiente proporcionado pelo tempo de reencontro consigo, deste privilegiado cantor que eu vi caminhar firme e, algumas vezes, por ser humano, também confuso, e literalmente recicla hoje sua caminhada de 25 anos de arte, redescobrindo poemas perdidos das melodias e melodias perdidas dos poetas, que após escorrerem dos dedos de seus autores, foram levadas por ele ao encontro com o aplauso dos tantos cenários que aguardaram seu canto vigoroso. Reencontro do eleito com sua leitura e releitura da vida.
Obrigado Joca Martins, meu amigo.
13 de julho de 2011.
Expressas de um modo tão poético os sentimentos, que não posso menos do que dizer que além de poeta és também um grande ser humano dotado de uma sensibilidade ímpar. Um grande abraço e obrigada! Deus te abençõe !
ResponderExcluirteu canto é mesmo ancestral.....rasga o tempo de onde verte tua alma andeja.....
ResponderExcluirde que profundas gargantas se derrama teu cantar....
meu querido filho, tão amado de minha´lma...
obrigada por andares tão perto... obrigada meu poeta,por espalhares tua reza.... ...por rezares comigo.....
obrigada meu cantor,por derramares tua voz aos meus ouvidos...
Obrigada poeta, cantor, filho,amigo tão querido... pelo poncho de luz que repartes comigo. Deus te abençoe.
Teu canto é mesmo ancestral...
ResponderExcluirRasga o tempo por onde verte tua alma andeja...
De que profundas gargantas verte tua poesia...
Obrigada poeta por andares tão perto...
Por espalhares tua reza....
Obrigada cantor por derramares tua voz ...
Obrigada amigo, filho, poeta, cantor, pelo poncho de luz que repartes comigo.
Deus te abençoe.