sábado, 23 de julho de 2011

Apreciem o artista perdoem o ser humano.





















foto Miza Limões



Caros Seguidores do Diário Do Andante, com a permissão devida, neste momento bebo um trago de vinho que me ofertou o amigo e gaiteiro (assim prefere ser chamado) Ricardo Comasseto, e comemoro, junto a ele e a Luciano Fagundes, o término das gravações do Cd Canto Ancestral, meu 4° registro em áudio. 
Desde julho de 2010 este trabalho vem sendo idealizado e captado no estúdio Atelier do som em Pelotas-RS ao qual aproveito a citação para agradecer a evoluída amizade com o Guilherme Cerom proprietário e técnico do estúdio, que até então só o conhecia de cruzadas pelos cenários musicais do Rio Grande Sulino.
Os goles de vinho servem para acalmar o corpo embora as leis, na maioria das vezes, condenem o ato indevido de acompanharmos, é claro que demasiadamente, nossas vidas com álcool. "Pero soy del camino y el camino sin vino és amargo”; mas isso é uma outra história.
 Venho mesmo é saludar os muitos dias que me fizeram pensar, durante as gravações, nas situações tumultuadas da vida pessoal em que sempre estive envolvido durante os períodos de produção de meus discos, e desta vez não foi diferente.
Mais um trago e chegam até minha memória as lágrimas da vitória... Saúde, dinheiro, amizades e amores, fatores esses importantíssimos que corriam o risco de afetarem direta e indiretamente o resultado final de uma gravação.
Quando escuto uma canção do À Moda Antiga (2001) obviamente me chega à lembrança o cheiro, daquela época imatura, ou melhor, inocente, onde o guri corajoso metia o cavalo e dava a cara, ou ainda, a voz aos tapas da crítica implacável e certamente, por crítica, exigente.
Em 2003, meses antes de lançar o Querência e Caminho, dava adeus fisicamente a minha base, o anjo que nesta vida apelidaram de Mãe. E subia ao palco do Clube Caixeiral em Bagé com a coragem triplicada, pois sempre os problemas "previstos" me servem de catapulta moral e, perder, deve ser previsto, penso eu, mas a conquista deverá ser sempre considerada como algo a ser comemorado como imprevisto.
No lançamento do Razões de Ser (2005) despedia- me, sem tempo, de recuperar o estágio melhor de filho e, meu pai, acenava-me da infância onde comemorei seus gols como o mais fiel torcedor. Perdoa-me amigo, às vezes arrependo-me de ter crescido, pelo simples fato de identificar teus erros humanos e compará-los aos meus que hoje te perdoam e te colocam no pedestal do pai que amo e sinto saudade.
2006, vago na esperança de ser normal... Impossível.
Nasce então do colo da vida, uma pétala chamada Maria Rita. Sua força, iludindo meu rumo, inundou-me de esperança de construir um parador junto à guerreira eleita e admirável, sua mãe Lessana de Moura Gonçalves, a quem dedico este disco, por pensar ser o melhor de mim, ofereço a ela que suportou por sete anos o pior lado do artista.      Obrigado, amiga Lê.
            “A vitória é uma derrota aos olhos de quem perde.”
Que a força que tens, entre curvas e espinhos, seja redobrada para os fardos pesados que teimamos e conseguimos carregar!   Pela alma de Deus...

Obrigado pela compreensão da ausência minha querida Irmã Lisiane.

Cinco anos de composição reforçando a autoestima, mais que necessária para o registro, fomos absorvendo dos silêncios disponíveis a musicalidade que jorrava dos poros criativos de nossa família musical.
Guilherme Collares, Cristian Camargo, Silvério Barcellos, Juliano Gomez, Luciano Fagundes, Fabiano Torres, Ricardo Comasseto, Marcelo Oliveira, Adriano Silva Alves, Aloísio Rockembach, Fabiano Harden, Henri Camargo, Eron Vaz Mattos, Sérgio Carvalho Pereira, Hugo Pêgas, Joca Martins, Negrinho Martins,  Luiz Marenco, Santiago Soares de Lima, Patrício Etchegoyen, Gustavo Cabreira, Cesar Cattani, Eliezer Tadeu Dias de Souza e os amigos Caco Azambuja, Daniel Martins, Tiago Lopes, Luciano Jardim, Luiz Carlos Nunes Junior e João Salgueiro que fizeram significativa amadrinhada nos critérios: criação, avaliação, amadurecimento e registro. Até que eu selecionasse o repertório desta coletânea intitulada Canto Ancestral 1° Volume, que imagino esteja pronta dentro da minha capacidade atual.
Acaba o vinho e fica na divagação deste texto, a certeza de uma caminhada infinita que passará sempre pela turbulência existencial... E talvez chegue à imortalidade que o tempo oferece aos que acreditam em si. Registram-se nas páginas do tempo agradecendo a existência como a que agradeço neste instante onde fecho os olhos e aqui em Pelotas-RS, uma hora e quarenta e quatro minutos do dia 22 de julho de 2011, e imagino-me erguendo o João Antonio, filho que nasceu junto a esta história, para agradecer meus passos firmes e pedir perdão aos que não fizeram jus ao meu nome, orgulhosamente marcado na arte do meu chão.

Porque meu canto é triste e tem missão guerreira
de sentar basteira e levantar trincheiras por onde andejar...
Meu canto é triste como é triste o homem que ainda vai ter fome sem saber rezar.


Apreciem o artista perdoem o ser humano.






12 comentários:

  1. Gracias meu DEUS pela existência de Lisandro Amaral, que a cada vez que sento e leio, aprendo mais um pouco da vida, aprendo mais de ti Lisandro; Gracia meu DEUS pela sabedoria que deste a esse homem, forjada nas intempéries da vida e que me emociona sempre, me fortalece, me faz acreditar que é verdade a existência de pessoas com valores, com príncipios, com educação. Gracias a ti, Lisandro Amaral por existires.

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  2. Parabéns Lisandro, por mais uma conquista...
    Nós, admiradores do teu trabalho agradecemos.

    Ass. Marcelo Centena

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  3. Parabéns meu amado, sucesso nesse novo trabalho que eu sei que foi mais do que de coração!!
    O pai e a mãe onde estiverem tem o mesmo orgulho que eu sinto por ti!!
    Sei que mesmo longe sempre torcemos um pelo outro, porque sabemos que saudade é o amor que fica!!
    Sucesso, paz, tranquilidade e serenidade e que te desejo e principalmente que tu seja muito feliz, que Deus te ilumine cada vez mais com esse dom de encantar e emocionar as pessoas por onde passa!! te amo

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Parabéns Lisandro, acabei de ler seu texto e não pude deixar de me emocionar... Vislumbrei seu caminhar e nele lembrei do meu próprio caminho, também cheio de lutas (que ainda tenho muitas a encarar)e de pessoas e lugares que deixei pra trás. Umas por vontade, outras por necessidade e, outras ainda, por força das mudanças da vida. Sei o quanto é difícil, mas prazeroso quando olhamos pra trás e vislumbramos nossas vitórias, nossa força em vencer os desafios.
    Sou uma carioca que ama a tradição gaúcha e como diz um amigo "a mais gaúchas das cariocas que ele conhece" e em suas músicas conheço e aprendo cada vez mais. Obrigada e siga em frente...

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  6. Caro Lisandro...não sou artista, Deus não me deu o dom como o seu e do meu grande irmão Marcelo Oliveira, porém não consegui segurar uma lagrima teimosa que correu em meu rosto ao ler suas palavras, pois na vida para fazer o bem a quem queremos bem, temos que fazer algumas renuncias..e a ausência e a distancia teimam a nos machucar toda a vez que partimos para a luta diária que nossas atividades profissionais requerem e se fazem necessárias. Porém Lisandro, como dizia Fernando Pessoa: tudo vale a pena se a alma não é pequena...siga em frente...que apesar de algumas curvas e espinhos...veremos que o fardo é pesado, mas somos teimosos e vamos conseguir carrega-ló.
    Grande abraço e fique com Deus.
    Deste Gravataiense, do Clube Zé Tajã, que admira a simplicidade e o fundamento do teu canto.
    Roberto Jost
    robertojost@hotmail.com
    I

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  7. Ca da solidão dos cerros destes "tapes", numa noite, chuvosa e melancólica, pois que também, já não tenho, mais a presença física,desta q a vida a chama de mãe, e ainda consternado, por esta madrugada, deixar o meu irmão na rodoviária, e me encontrar "só" no momento, ouvindo as belas construções artísticas do Dou Coplanacu, me vem a lembrança as palavras de um amigo, que não me lembro o nome...
    confia e segue, o Pai a todos vela sempre, e não tarda o alvorecer...

    ...Ainda que teus pés, pisem o barro da dura aflição, Ainda que tua pele seja arranhada pelos espinhos do sofrimentos, ainda que teu olhar abunde de lagrimas...
    do amigo lucius

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  8. Buenas
    Amigo Lisandro, tem feito a vida toma rumo de cada um que te houve ou que le este diário.
    Tens o Dom de clarea a vista das pessoas pra enxergar o verdadeiro valores das coisas.
    Faço de tuas palavras um ver pra mim.

    Obrigado por tua alma charrua

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  9. PARABÉNS!!!mais um trabalho fantástico que nasce da alma de quem tem uma sensibilidade incrível que te permite transcrever os sentimentos do pensamento para o papel, é dom sem duvida nenhuma, mas também envolve muito trabalho que talvez só quem te conheça sabe como é, do que muitas vezes abres mão te dedicando ao teu trabalho, parabéns meu irmão, que esse disco te traga muitas alegrias e que possamos desfrutá las juntos, abço.

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  10. Que a fome seja apenas de liberdade, que a sede seja e de amor...e que o resto seja apenas a andança para matar as léguas da saudade!

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  11. Chê sem palavras pra falar sobre esse poeta, canário ancestral, músico do qual tenho uma grande admiração da sua arte.
    Só mais uma vez e não me canso de falar isso pra esse poeta que tem raízes ancestrais consigo. MEUS PARABÊNS MEU IRMÃO É O MÍNIMO QUE POSSO FAZER NO MOMENTO, POR QUE MERECES MUITO MAIS QUE PARABÊNS.

    E O QUE DEPENDER DA www.radioterragaucha.com.br estaremos sempre ajudando esse irmão.

    Baita quebra

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  12. Lisandro..Tuas palavras emocionam..assim como teu novo trabalho. Posso descrever ...o melhor não posso descrever a grandeza, a espiritualidade de teu show em Pinheiro Machado. O vento da janela aberta era com se fosse pessoas de outrora e de outros tempos querendo te aplaudir também... E quem diz que não !!!!
    Entendi ontem teu objetivo..tua marca..tua missão!!! Parabéns..pelo teu canto que julgas triste..mas é um dom superior com certeza..

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