quinta-feira, 17 de maio de 2012

A alma inteira por nós


foto Marco Peres


Aguardem que sopra o vento
 e me empurra além de mim...
todos  que são de onde vim,
irão pra onde eu alcanço
e neste passo que eu danço
há uma luta interior
desde que nasci cantor,
tudo que busco é por nós...
jamais estaremos sós
quando soprar tempo e vento
e o que eu não tenho em talento
 busco na alma da voz.

Há uma luz primitiva
no olhar do sol do guerreiro
“couro de potro ao sombreiro
seu toldo índio em combate”
eu já cruzei pelo embate
que poderia cair
e preferi prosseguir
pelos soldados que tenho
todos estão neste empenho
de pampeana ideologia
e quando encilho de dia
é que ainda sei de onde venho.

Ame a calhandra que voa,
ame o umbu soberano;
almeje o solo minuano
no culto ao pasto nativo.
O tempo é o vento onde piso
e o que ficou em palavra
é o que  a história nos lavra
e repetimos por nós.
Nunca estaremos a sós
enquanto formos guerreiros
couro de potro ao sombreiro
na alma antiga da voz.


Couro de potro ao sombreiro e a alma inteira por nós .