segunda-feira, 23 de maio de 2011

Carta Aberta

Amigos, boa tarde

Para os inúmeros conhecidos e desconhecidos, que aqui caminham comigo na estrada do "sabiá andarilho",  entrego um convite para pensarmos juntos, neste momento que o autor, no caso Lisandro e obviamente eu,  se entente ser pequeno, perante a grande caminhada vindoura, e os passos dados até este momento. Porém, consciente que as previsões após o elevado e comemorado número de visualizações deste diário, que neste momento em que escrevo marca 5.843 acessos. Expressivo número que realmente me orgulha, se tratando de termos completado apenas um mês de encontro neste espaço.

 Entrego a todos com carinho e desprovido da vaidade costumeira dos artistas, mas sim envolvido de orgulho compreensível, uma carta que recebi, após a apresentação no Sarau da Rádiosul.net, na Capital Porto Alegre. Noite esta, que realmente identifiquei como diferenciada nos meus 10 anos de palco, pelas tantas apresentações que levaram e levam meu trabalho "individual",  e ao mesmo tempo, em conjunto com está família que, sensivelmente, compõe a história de um compositor, que um dia deu-se o direito interior de cantar...   preocupando-se  apenas com a importância de manter estas precisões externadas e evidentes...

Com vocês as palavras de Vinicius Peixoto


Olá Lisandro

   Venho mais uma vez em forma de carta – onde melhor sei expressar-me – para relatar a minha impressão sobre a tua apresentação musical em Porto Alegre.
 
 Valoro canto que depositaste nas sequiosas almas presentes... precioso ensinamento e testemunho do clamor da terra.
  
   Obrigado pela humildade nobre de convidar-me a sentar a tua mesa e poder partilhar de um mágico momento com os teus soldados, o qual tenho que lembrar-me em elogio. Que sublime energia positiva emanada por aqueles rapazes que te acompanham! Que precioso caráter a alma dos teus amadrinhadores. Senti-me muito à vontade de estar com vós naquele momento de comunhão! Não me resta menos que o sentimento de gratidão.

   Caro irmão da terra – a que me enobrece ao chamar-me de amigo, o qual não me sinto merecido diante de tão brilhante talento e dons espirituais personificados em vossa figura – falaste no teu idioma e cantaste com a voz de todos os tempos! Em carne permanecia entre nós, porém a alma – evoluída – transcendeu e compreendeu o raciocínio do espírito do próprio chão; estás além do que estás!

   O timbre do teu cantar te farta a matéria de coisas desconhecidas... é como um campanário – onde o mesmo tom anuncia a morte e a vida. Um brado escondido se mescla com o pranto índio mais antigo, onde o minuano, charrua e guarani se fazem mesclar no espelho de nossa raça. Ouvi o espanhol, o português, o guarani; ouvi os segredos do índio infiel – alcunha antiga dos pampeanos! Levas certamente, os primeiros contigo e com os teus exímios soldados para o combate eterno que iniciou na pampa, e que jamais encontrará o fim...

   Fecho os meus pensares encurtando as minhas ânsias... De todos que hão, penso eu ser tu... o único que traduziu corretamente a língua dos ventos. Continues, pois o texto está apenas no início!

                      Com o meu respeito e compreendimento, Vinícius Peixoto.

Viamão, 21 de maio de 2011.  

2 comentários:

  1. Acho que tais palavras dispensam comentários!

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  2. "... humildade é a virtude que purifica a alma e permite que todos os bons sentimentos nela penetrem. Humilde não é aquele que faz leilão da sua personalidade. Humilde é todo aquele que se faz respeitar pelo que vale, pelo que é, pelo que possui, mas disso não faz ostentação..."

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