Eliseu Leal Foto Edu Ricks
Tenho compromissos musicais que me retiram da querência, numa caminhada que escreve e, ao mesmo tempo, forma uma necessidade de retorno o mais breve possível. Quando chego a este estado de espirito enraizado, imediatamente habita-me os olhos a imaginação da forte cena de um potro em liberdade quando rebenta a soga ou, apartado de seu lote, galopeia olhando pra trás.
Na correria destes compromissos, sigo embuçalado por programações a serem cumpridas. Consequentemente, escrevo e lasco o fósforo neste combustível imediato chamado desejo de retorno à querência.
Há uns dias, tomando mate, noticiava-me algo importante Eliseu Leal - fronteiriço domador - que hoje, serve de peão numa pousada onde moro, junto aos meus cavalos, guitarra, “un perro ovejero” e outras “coisas pequenas para o mundo, pero grandes para mim” como disse Elias Regules no poema Mi Tapera.
Disse ele, Eliseu: – Don Lisandro, que vá hacer neste final de semana? Vá cantar ou andará por hay no más?
– Que tiene para nosotros don Eliseu? Una yerra? Respondi imediatamente como potro querendo partir a soga e galopear rumo a Serrillhada – querência de Eliseu.
– Mi padre vá estar de cumpleaños y mi Hermano Anélio vá subir una yegua vellaca por ele, y vamos comer un assado, coza simples no más, por el viejo.
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Comecei este texto sem nunca parar de pensar que hoje estou rumando para um ensaio musical na cidade de Gramado, onde na quinta- feira, dia 5 estaremos montando um projeto que fui convidado para atuar cantando.
Todos os momentos em que subo ao palco, parte de mim está ali, outra parte – provavelmente a maior – está vagando pelos cenários fronteiriços de minha gente profundamente adornada de inocência rural.
Cantarei al mundo criollo
Por quem me llama y yo ando...
“el arbol no tiene pena”
Camina siempre penando!
Vuelvo a tu yerra Oriental
E diga que soy Leal
Porque camino cantando.
Lisandro Amaral
Estrada - 04 de outubro de 2011
Eliseu Leal, Don Juca como és conhecido...grande pessoa do cenário fronteiriço...
ResponderExcluirParabéns Lisandro,tuas palavras emocionam e me fazem refletir,ao mesmo tempo que fortaleço o sentimento de orgulho que tenho por viver num mundo de pessoas que valorizam "as coisas pequenas" e tornam o seu mundo e dos que vivem nele maior e mais importante.
ResponderExcluirAbração meu velho!!!
Oi Lisandro teu livro fez sucesso aqui em Passo Fundo, tenho encomenda de dois, guarda para eu pegar quando for a Bagé, abraços
ResponderExcluirBelinha