segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Décimas para quem sou





Nesta leitura descobres
e um dia, em fim, saberás:
que fui franqueza vorás
também mentira mais nobre.
Sou rico, embora tão pobre,
quando a pergunta é fraqueza
imagino que a beleza,
que transformei frente ao dia,
faça da noite poesia...
- Baú das minhas riquezas -


Ouço a cordeona em som nobre...
com botões de estrela guia!
Voz, solidão, nostalgia
que a noite sempre descobre...
sou rico... e sempre mais pobre
quando a pergunta é riqueza
imagino a natureza
se transformando em canção
e faço da escuridão
baú das minhas certezas.

Beijo o gosto azul profundo
nos lábios da madrugada...
Numa noite enluarada
sou maior que a dor do mundo,
sou terra em sonho fecundo
quando a pergunta é - pureza -
imagino o pão na mesa,
a água límpida ao  pobre
se a franqueza é a cor mais nobre
Cantarei sempre a franqueza!

Adormeci rima arisca...
cordeona, alma y guitarra;
riqueza franca que agarra
a natureza mais rica.
Pobreza - verso que fica -
quando a resposta é nobreza...
Ilusão e correnteza
transformam sangue e emoção
ilumino a escuridão
e ponho a vida na mesa...

...quando a pergunta é fraqueza
imagino que a beleza,
que transformei frente ao dia,
faça da noite poesia...
- Baú das minhas riquezas -

Lisandro Amaral
19 de julho de 2010.

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