sábado, 12 de novembro de 2011

O inesgotável mundo dos livros


O inesgotável mundo dos livros, onde mergulho lentamente, tem feito-me viajar como sempre necessitei. Porém, o tempo que tenho - e terei – obviamente não será suficiente para preencher necessidades nômades do meu espírito - peregrino das palavras. Sigo ao tranco e lentamente sobre o campo amarelado das folhas, feito quem ensina um redomão a caminhar, manso e em passos largos, antes do trote.
Muitos são os livros que me aguardam, consciente disso, leio tranquilamente os que cruzam desorganizadamente meu dia a dia.
No momento, tenho nítido frente aos olhos O Continente no Tempo e no Vento de Érico Veríssimo, nele, o coração e a imagem indescritível de José Sepé Tiaraju, que habita meu mate, como que dizendo em páginas folheadas, que não sei nada deste mundo que represento musicalmente. Noto então, no meu minúsculo saber, o conflito histórico e o abismo que nos oferece flutuantes informações.
Muitos são os convenientes testemunhos que chegaram até mim, e tantos outros que fazem parte da massa manobrada, nascida ou habitante do Continente de São Pedro, desde os tempos de Sepé.
Gracias e perdão peço agora pelo que já escrevi de maneira irresponsável. Seguirei - mesmo assim - nesta caminhada que me cabe.
 A música e o verso rondam minha mente como um perfume, em que a tampa, não tem força suficiente para conter o líquido que traz - em sua fórmula - o compromisso mágico de exalar.
Respiraremos o que tem a dizer o caminhante e desconhecido andante de tempos, que juntou e junta elementos místicos e materiais, para contar, agora e aqui, em páginas também flutuantes, algo que grita solitário carregando ao peito, feito quem carrega um filho, o punhal de prata do índio Pedro Missioneiro, na inegável missão de exalar o perfume necessário de nosso tempo a ser escrito.
Em qual volume estarei na edição da existência?
Trigésima quarta página anual do capítulo Lisandro Amaral Brião.
Fui impresso pelos meus pais, e sou revisado diariamente por leitores e ouvintes deste livro que caminha preocupado com o hoje, os olhos no ontem e as lágrimas no amanhã que infelizmente há de chorar.

Michel Foucault, o pensador francês, em sua obra
"A Ordem do Discurso" destaca:

Somos bocas a pronunciar discursos muito antigos, cuja "essência" vem de longos tempos, mas que adaptam suas "aparências" ao longo dos tempos, através das bocas que os pronunciam.



Que sejam pequenos meus feitos, mas que causem algo de bom...




Canto Ancestral na Estrada

Visitem a feira do livro de Porto Alegre.

Temos um encontro hoje 12 de novembro, às 19h no estande da AGEI – Associação Gaúcha de Escritores Independentes.

Amanhã – domingo – 13 de novembro em Pelotas, também na Feira do Livro – às 18h e 30min no estande da Livraria Mundial.


5 comentários:

  1. "Parece que o vento, maneia o tempo".

    ResponderExcluir
  2. Lisandro, como lhe disse: ESSENCIAL!!!

    Que possamos revisar estas páginas mais e mais vezes...

    ResponderExcluir
  3. Me enche de paz tuas palavras meu hermano amado

    ResponderExcluir
  4. Parabens Lisandro, é muito bom le tuas palavras, continue assim.

    ResponderExcluir
  5. José Francisco Botelho18 de novembro de 2011 às 21:37

    Tchê, por falar em livro, me topei com um autor que me parece que vai te agradar: Darcy Azambuja, com as obras No Galpão e Coxilhas. Recomendo! Um abraço, Chico

    ResponderExcluir