segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A pureza do por do sol na fibra da "Curunilha"

                      foto Fernanda Botelho Vieira Polino

No dia 5 de novembro estive na Estância “Curunilha”,  localizada entre os municípios de Bagé e Aceguá. Propriedade cujos campos chegaram às mãos do seu guardião atual,  Manoel de Moraes Valls (Lito) pelos caminhos normais de descendência e sucessão rural.
Conhecendo de certa distância os detalhes da vida desse homem, hoje um grande e iluminado amigo, observei seus passos desde que o encontrei, há 12 anos, quando eu ainda prestava serviço no Hospital Militar de Bagé.
          Após ter lutado contra uma enfermidade que o atingiu aos 20 anos, quando o mesmo também cumpria seu tempo militar, Lito comemorou - nesse dia 5 - meio século de vida regada a determinação, disciplina, coragem, esperança e muito amor familiar.
          Tenhamos certeza que existem balsamos e ervas que o campo oferece em suas águas e frutos, para que o filho da terra vença enfermidades que raros vencem.

Num dia emocionante na Estância Curunilha, recitei o que escrevi para esse amigo e, principalmente para sua esposa, a grande companheira Mariléia Vieira Valls (Leca) que entende e deve orgulhar-se muito de ser parte importante nessa comemoração.

Obrigado Lito, Leca e filhos!

 Família que tem a pureza do Por do sol na fibra da Curunilha.  



GUERREIRO EM 2011


Coronilla é um dom guerreiro, soldado em setenta y pico.
Nem sabia o que era rico, na concordância do ter...
pois o verbo “amanhecer” lhe valia, e vale ainda,
quando Coronilla brinda a luz do anoitecer.

Para os olhos do egoísta, Coronilla causa inveja,
pois o que o mortal almeja  Coronilla  tem pra dar!
A luz da vida no olhar, a rigidez da coragem
e a paz no emblema da imagem no peito e em brasa a gritar:

está  viva a coronilha!!!  Vida no canto do galo...
Vida “en su gaucho” a cavalo, enxergando a tropa inteira.


Coronilla é uma trincheira, com torrões de parador,
e, por vaqueano e senhor, ensina o que não tem vida,
que só conhece a partida quem tem vergonha do amor.

Vou te copiar, Coronilla, hei de aprender a coragem,
pois  a poesia selvagem  não me ensinou  a ter dor.


(O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega fingir que é dor
A dor que deveras sente.)
                                 Disse a poesia em Pessoa.

E tu? Tu, sim, tens a vida boa!  Esta que acende na luta,
esta que marca a conduta,  e o que é maior multiplica...
Raiz que então glorifica os que protegem tua luz;
OBRIGADO – cerne em cruz, braços abertos, querência,

Meio século de existência,

E tu segues – dom guerreiro –, soldado em setenta y pico,
E podes saber que és rico, na concordância do ser...
pois o verbo “anoitecer” lhe valia, e vale ainda,
quando tua gente brinda a vida no amanhecer...

Coronilla é um bom lanceiro "y gaucho” em busto de bronze
Na missão árdua da vida:   Guerreiro em 2011.

04 de novembro de 2011

fotos: Maneco Valls

                                     Manoel de Moraes Valls (Lito)

Um comentário:

  1. Lisandro, se quiseres admirar mais desenhos caricaturais de Tato, um desenhista argentino, retorna ao meu blog (www.palavrasdearlete.blogspot.com). Finalmente encontrei o autor dos desenhos e o seu blog (GAUCHAJE)
    Um abraço.

    Arlete Gudolle Lopes

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