foto Fernanda Botelho Vieira Polino
No dia 5 de novembro estive na Estância “Curunilha”, localizada entre os municípios de Bagé e Aceguá. Propriedade cujos campos chegaram às mãos do seu guardião atual, Manoel de Moraes Valls (Lito) pelos caminhos normais de descendência e sucessão rural.
Conhecendo de certa distância os detalhes da vida desse homem, hoje um grande e iluminado amigo, observei seus passos desde que o encontrei, há 12 anos, quando eu ainda prestava serviço no Hospital Militar de Bagé.
Após ter lutado contra uma enfermidade que o atingiu aos 20 anos, quando o mesmo também cumpria seu tempo militar, Lito comemorou - nesse dia 5 - meio século de vida regada a determinação, disciplina, coragem, esperança e muito amor familiar.
Tenhamos certeza que existem balsamos e ervas que o campo oferece em suas águas e frutos, para que o filho da terra vença enfermidades que raros vencem.
Num dia emocionante na Estância Curunilha, recitei o que escrevi para esse amigo e, principalmente para sua esposa, a grande companheira Mariléia Vieira Valls (Leca) que entende e deve orgulhar-se muito de ser parte importante nessa comemoração.
Obrigado Lito, Leca e filhos!
Família que tem a pureza do Por do sol na fibra da Curunilha.
GUERREIRO EM 2011
Coronilla é um dom guerreiro, soldado em setenta y pico.
Nem sabia o que era rico, na concordância do ter...
pois o verbo “amanhecer” lhe valia, e vale ainda,
quando Coronilla brinda a luz do anoitecer.
Para os olhos do egoísta, Coronilla causa inveja,
pois o que o mortal almeja Coronilla tem pra dar!
A luz da vida no olhar, a rigidez da coragem
e a paz no emblema da imagem no peito e em brasa a gritar:
está viva a coronilha!!! Vida no canto do galo...
Vida “en su gaucho” a cavalo, enxergando a tropa inteira.
Coronilla é uma trincheira, com torrões de parador,
e, por vaqueano e senhor, ensina o que não tem vida,
que só conhece a partida quem tem vergonha do amor.
Vou te copiar, Coronilla, hei de aprender a coragem,
pois a poesia selvagem não me ensinou a ter dor.
(O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega fingir que é dor
A dor que deveras sente.)
Disse a poesia em Pessoa.
E tu? Tu, sim, tens a vida boa! Esta que acende na luta,
esta que marca a conduta, e o que é maior multiplica...
Raiz que então glorifica os que protegem tua luz;
OBRIGADO – cerne em cruz, braços abertos, querência,
Meio século de existência,
E tu segues – dom guerreiro –, soldado em setenta y pico,
E podes saber que és rico, na concordância do ser...
pois o verbo “anoitecer” lhe valia, e vale ainda,
quando tua gente brinda a vida no amanhecer...
Coronilla é um bom lanceiro "y gaucho” em busto de bronze
Na missão árdua da vida: Guerreiro em 2011.
04 de novembro de 2011
fotos: Maneco Valls
Lisandro, se quiseres admirar mais desenhos caricaturais de Tato, um desenhista argentino, retorna ao meu blog (www.palavrasdearlete.blogspot.com). Finalmente encontrei o autor dos desenhos e o seu blog (GAUCHAJE)
ResponderExcluirUm abraço.
Arlete Gudolle Lopes