sábado, 31 de janeiro de 2015

No Meu Reino Pobre

                                                  (Florêncio Molina Campos)

No Meu Reino Pobre


Aos ranchos claros deste mundo escuro
Acendo velas no lampião da alma
E pinto um quadro pra imitar Molina
Deus ilumina quem caminha em calma

Andei bem mais que o que podia andar
E vi meus ventos desarmarem planos
Mudei cavalo e recompus os sonhos...
Andar tristonho não melhora os anos.

Juntei avios e enfeitei morada
Com pilchas pobres deste rico andar
E espero a estrela que me encanta o sonho
- Andar tristonho nunca foi sonhar -

Varri meu rancho e enxagüei a cuia
Que o Telmo Freitas me ensinou valseando
Pintei paredes e enfrenei defeitos
Que o imperfeito se corrige andando

Do início ao fim temos recomeço
E eu desconheço quem não muda a face!
Pintamos quadros enfeitando a sina,
Igual Molina, quem pintar renasce.

Então com tinta de branquear paredes
Matei a sede de mudar morada
E vim no rumo de cantar senhores
Entre os cantores que me oferta a estrada

O rancho é simples, tem lagoa perto
Em mil figueiras pra sombrear cavalos
Que estão comigo mastigando sonhos
Jamais tristonho eu irei cantá-los

Quando chegares estará varrida
A minha vida e os silêncios nobres
As pilchas limpas terão mais sentido
Por haver nascido no meu Reino Pobre.








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