terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Não sabemos mais remar...

                   foto autor desconhecido

Durante todos os obstáculos que encontro nessa caminhada chamada vida. Nenhum deles é realmente relevante, nas proporções dos que se encontram nos olhos doloridos da humanidade cambaleando em vestígios de desigualdade. Cada um dentro de suas limitações e poderes pode e deve deixar um rastro de fraternidade. Como descobri que a palavra era minha maneira de estender a mão num manifesto de evocação aos que leem, compreendi e aceitei minha minúscula missão de conscientização, maior que a presença física nos combates externos junto aos tantos necessitados de auxilio.
         Um grito está preso no peito do homem, e contaminado do escuro que paira sobre o presente temos medo do futuro. Nas informações que temos sobre a passagem de figuras marcantes da fraternidade, aprendemos pouco e ensinamos menos. Examinar a doutrina espirita levou-me aos pés do pouco que somos e do muito que poderemos ser. Perder é a maior penitência, o maior teste para a reação. Ganhar é o combustível do homem que aniquila seus semelhantes esquecendo o simples gesto de caminhar - de mão dadas - na hora da luta divina da vida.
         Onde erraram os mestres? Porque são surdos e cegos os aprendizes? Ainda haverá tempo de reconstruirmos o chão para o mundo escrito além de nossos defeitos e após a nossa passagem?
         Derramo desordenadamente o rio de palavras que escapam da minha solitária mensagem, de quem anda,     pouco vê     e muito sente.
         Quando peço a mão para levantar, realmente sofro pelos que estão caídos há muito mais tempo no campo do esquecimento cruel aos enfraquecidos... a deriva desse mar enfurecido da desesperança.
         Divago supremo criador e suplico uma linguagem mais clara aos ignorantes, como eu, que não te escutam mais... que não te observam chorando a morte da dignidade humana. Da igualdade humana.
         Temos tudo e não cansamos de te pedir a mão. Somos dependentes de uma fé que se esvai diluída pelos que dominam o mundo com a severa liderança da falange negra que governa em direção a destruição do que criastes para o proveito do bem.
        
Num conjunto de ações necessárias estamos sem coragem para fazermos nossa parte, individualmente somos impotentes, desorganizados e incrédulos do poder que nos legastes.
Quando um líder renega e envergonha-se da história de sua seita, é momento de releitura, é momento de sentirmos medo das ondas que não saberão nos entregar à terra  firme.


Não sabemos mais remar...

2 comentários:

  1. "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

    Chico Xavier
    :)

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  2. Uma fonte para reflexão!!! Gracias Dom Lisandro! Somente um homem de bem é capaz de transmitir tamanha sensibilidade através das tuas escritas, para mim que também sou "examinadora" da Doutrina Espírita cada trecho é uma emoção a parte. Que o Criador siga inspirando teus pensamentos e que cada vez mais tu possa transmitir através de palavras essas maravilhas que compoem o teu diário.
    Abraço!

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